“Primeiro você chegou e eu acordei pra vida. Mas chegou estando longe, fisicamente. Depois você chegou de verdade e eu acordei pro amor. E agora estou assim, verdadeiramente amando, com todos os mimimis e clichês com que esse verbo se pinta. Quando você sai por aquela porta sem previsão de um reencontro nas próximas 24 horas, eu preparo a armadura e respiro fundo para tentar aguentar essas explosões e cargas pesadas que a vida me dá gratuitamente e que se tornam imensamente mais catastróficas e pesadas se não estou com você. E quando você chega eu me desarmo, levito, tiro as carcaças, máscaras, sapatos, e corro para o melhor lugar do mundo…os teus braços. Eles conseguem ser mais aconchegantes que um quarto bem frio com um cobertor bem gostoso que consiga amenizar o calor de Teresina. Amo as coisas bonitinhas do tipo acordar ao seu lado, te fazer carinho, te cuidar nas suas crises de gastrite ou intolerância à lactose. Faria isso todos os dias da minha vida se preciso fosse. Mas amo também as brigas, as vezes em que cada lado da razão bate a porta como se fosse pra Saturno, mas volta como um cachorrinho querendo carinho ou um filho querendo um abraço.Volta com mais vontade e com mais certeza de que nunca vai partir de fato, até porque definitivamente, Saturno é muito longe .Volto com mais certeza de que te quero sempre ali, pelo meio da minha bagunça do quarto, no meio dos meus livros, maquina fotográfica, presentes...entre meus risos, inconstâncias, humores. Entre minhas pernas.
Eu te amo. Te amo porque você me ama mesmo com todos os meus defeitos que dariam pra preencher um caderno de 10 matérias, quase nunca reclama deles e ainda diz que são "bonitinhos". Sabe o que é bonitinho de verdade? Quando você diz coisas do tipo: "tudo que você faz, faz bem feito amor... e mesmo quando assume que não sabe mas tenta fazer, você fica linda na tentativa e eu adoro isso". Bonitinho quando você inventa alguma piada idiota e faz meus irmãos rirem de doer a barriga e sair contando a piada para os amiguinhos durante os próximos 30 dias. É bonitinho quando você se segura pra não rir da minha mãe cantando/berrando no outro cômodo da casa, mas fracassa, e me leva junto nesse caminho de dentes à mostra. Quando você desliga a droga do telefone ou a droga da operadora dá tiuti, eu só consigo pensar na próxima ligação e se quando você desliga continua alguns milésimos de segundos olhando a nossa foto do papel de parede, já que é o que irremediavelmente eu sempre faço.
A cada dia é uma nova descoberta, um novo primeiro beijo, uma nova forma de abraçar.
Dia após dia me surpreendo com todas as coisas que aprendi com as dores de amores passados descendo pelo ralo, escapando entre os dedos como areia fina. Nada funciona quando se trata da gente. Nenhuma receita, nenhum conselho, nenhum “não-ligue-se-fulano-não-ligar”.
Enfim, não sei qual o propósito desse texto. É o primeiro que escrevo sobre você desde que te conheci pessoalmente e isso já faz 4 meses. Antes, quando o nosso amor tinha o empecilho de 3.000 km de distância, eu escrevia sempre, todo dia. É que me sobrava tempo pra isso, mas agora só tenho tempo pra ser feliz do teu lado, pra planejar a melhor forma de te acordar amanhã, pensar se vou chegar de surpresa mais uma vez no seu trabalho essa semana ou se assim vai perder a graça...Tenho medo de perder a graça pra você. De perder você. De perder.
Das demais coisas que garotas sempre tem medo, eu não tenho. Não ouço música só porquê está na moda, não prefiro um salto quinze à um tênis confortável, não confio em qualquer um ( mesmo confiando em você sem nunca ter te visto e no primeiro minuto de conversa. Toda regra tem exceção.), não deixo de rir porquê é tendência parecer metida e erguer o nariz até ele quase furar o teto, não preciso ter uma turminha de amigos chatos e interesseiros pra me sentir uma pessoa popular, não falo a primeira coisa que me vem na mente em uma mesa de bar tentando desesperadamente ser o centro das atenções o tempo todo. Até me considero uma pessoa inteligente e bonita fisicamente, o que com certeza é apenas um detalhe no entrelaçado de coisas que eu sou. E me pergunto se é por isso tudo que você me ama. É?
Está acabando o ano e as coisas estão dando certo. Nada foi fácil. Na verdade se formos contar todos os contratempos que tivemos de superar, a pessoa ouvinte certamente sentiria pena, dó, ou coisa do tipo. Mas pra a gente essas dores e dificuldades sempre foram amenizadas por sabe-se lá o quê que existe entre nós que sempre nos proporcionou um riso no rosto, café na cama e finais de semana deliciosos.
Por isso tudo que já passou e por todas as vitórias que começam a se materializar à nossa frente por méritos próprios eu te peço: Não solta da minha mão...Não solta da minha mão .. <3
Te amo.
Beijos, sua Tanny
Beijos, sua Tanny