domingo, 13 de novembro de 2011

Desisto.


Desisto de tentar lutar contra o tempo.
Ele sempre leva de mim partes importantes. Esse cabo de guerra entre a gente tem me tomado todas as poucas forças. E pelo caminho ficaram muito mais do que amigos, rotinas, manias, sabores, perfumes, certezas e sonhos.
Travei inúmeras batalhas com ele, que tentava bagunçar tudo, e eu atrás, batendo o pé, brigando, tentando inutilmente colocar esse tudo no seu devido lugar. Sem falar das guerras,quando o tempo me levou pessoas. Pra mim isso é golpe baixo.. coisa de quem não sabe lutar de igual pra igual. Ah tempo, se você fosse um ser humano, um de nós já teria morrido nocauteado, e sabe, pra mim tanto faz eu ou você. A morte é nada mais do que uma libertação necessária. As derrotas das guerras foram grandes, e as recuperações me foram desgastantes em um processo lento.
Levou de mim os encontros familiares dos domingos, a fé em Deus, a inocência. Levou de mim a tranqüilidade, a confiança nas pessoas, a doçura plena.
Então, após tantas perdas, eu desisto. Mas não por raiva, e sim por gratidão. Quero fazer as pazes com o tempo, pra ficar de bem comigo. Chega de batalhas, guerras e corpos. Bandeira branca.
Pode vir, tempo. Leve de mim o que você achar que deve, como sempre fez tão bem. E me desculpa, tempo, por demorar tanto tempo pra perceber que você me fez mais forte, independente, segura e séria. Desculpa tempo, por eu ter perdido tanto tempo te tratando como inimigo, e achando que tinhas um problema pessoal comigo, quando na verdade, você existe para todos.
Você ainda vai me tirar muitas coisas e pessoas.
E o que eu posso fazer, é deixar você fazer sua parte.
A minha eu já aprendi, só falta botar em prática.
Um brinde ao desapego.



Tanny Pontes

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